Inteligência Emocional
Conquistei meu diploma que concedeu-me o posto de psicóloga há aproximadamente 2 anos e 10 meses. No entanto, quando se finaliza uma graduação, a busca por conhecimento não finda. Ultimamente, tenho estudado um pouco sobre inteligência emocional. Por ser uma temática bastante atual e de muita relevância para a sociedades ,decidi escrever um pouco acerca deste assunto.
A inteligência emocional está relacionada à capacidade de reconhecer nossos sentimentos e emoções, identificá-los e saber lidar adequadamente com os mesmos. Estudos levam a crer que pessoas que sabem lidar com suas emoções obtém mais sucesso em seus relacionamentos e também são mais empáticos com sentimentos e emoções dos outros
Mas quando e como se desenvolve a inteligência emocional?
Como muitas outras habilidades, a inteligência emocional desenvolve-se desde que a criança está no útero da mãe (sabe-se há muito acerca da importância de conversar com a criança ao longo da gestação). Durante a infância propriamente dita, as crianças aprendem basicamente com o pai e com a mãe sobre como lidar com suas emoções.
O livro inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente mostra um exemplo que muito bem ilustra o meu dito anterior: Um pai e uma mãe estão tentando ensinar sua filha a jogar vídeo game. No entanto, um diz "vá para cá" e outro diz "vá para lá" enquanto ela tenta pilota o carrinho com o controle. Sem saber o que fazer, a menina começa a chorar uma vez que se estabelece uma forte discussão entre seus pais. A partir deste micro-exemplo, podemos deduzir dois fatos:
A menina fica com a sensação de que ninguém dá importância a seus sentimentos, além de ter como modelo pais que brigam em um momento de lazer, demonstrando à menina que não sabem gerir sentimentos e moções adequadamente. De acordo com Goleman (1995/2012) inteligência emocional pouco tem a ver com intelectualidade. Isto explica o porquê de muitas pessoas que possuem alto nível de QI na escola não conseguirem o melhor emprego: falta-lhes inteligência emocional (QE). Por isso, penso ser de grande valia falar um pouquinho sobre os 5 pilares da inteligência emocional e, a seguir, dar dicas para aprimorá-la.
Os cinco pilares são:
1. Conhecer as próprias emoções: ou seja, nomear o sentimento à medida que ele acontece; dar-se conta do mesmo para melhor compreendê-lo.
2. Lidar com as emoções: A partir do momento que reconhecemos nossas emoções e sentimentos, pode-se "decidir" como lidar com os mesmos.
3. Motivar-se: Colocar as emoções a serviço de uma meta. Por exemplo, usar a raiva a nosso favor: em vez de destruir algo com ela, construir algo com ela. Ou seja, canalizar aquela energia para fazer algo positivo.
4. Reconhecer emoções nos outros: Aqui entra o conceito de empatia, a aptidão que algumas pessoas têm de colocar-se no lugar do outro.
5. Lidar com relacionamento: Quem reconhece as emoções do outro geralmente relaciona-se bem, conforme já dito anteriormente.
Nota-se que um atributo está conectado ao outro, o que os torna interdependentes na prática. Descrever é fácil. Mas como treinar a inteligência emocional? Abaixo vão algumas dicas:
I. Conhecer-se a si mesmo: Esta é uma tarefa de introspecção, de olhar-se. Perguntar-se pela manhã o que deseja para o hoje pode ser um exercício interessante. Quando chega a noite, refletir acerca de como se sentiu ao longo do dia e se agiu conforme o desejado.
II. "Adquirir" equilíbrio emocional: É o ato de não chegar aos extremos das emoções. Agir, pensar, refletir e analisar a situação antes de uma tomada de decisão.
III. "Obter" empatia: Tentar colocar-se no lugar de pessoas tidas como "difíceis" de lidar pode ser um desafio, mas que pode nos ensinar o porquê aquela pessoa age assim. As coisas têm uma razão de ser.
IV. Ter motivação: Olhar o lado positivo dos fatos. Levantar-se pensando em algo que deseja conseguir. Fazer algo que goste, como planejar uma viagem ou simplesmente fazer uma passeio pela cidade.
V. Desenvolver habilidades sociais: Treinar a habilidades de comunicar-se aqui faz toda diferença. Comunicar-se por inteiro, não apenas com palavras. Sorrir, olhar nos olhos, abraçar no momento que julgar adequado.
Finalizando o texto, fico a pensar o quanto seria interessante se falássemos mais acerca de inteligência emocional; se tivéssemos uma cultura que incentivasse-nos a falar sobre nossos sentimentos e emoções. Uma cultura que se preocupasse com nossa saúde mental antes de crimes hediondo e passionais acontecerem por todos os cantos. Provavelmente, reduziriam-se em boa parte as tragédias noticiadas diariamente nos telejornais... E a menininha... Ela não choraria, pois seus pais não discutiriam em um momento tão inoportuno...
Referências:
Goleman, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. 2ª ed.. Rio de Janeiro. Objetiva, 2012.
https://amenteemaravilhosa.com.br/
Autora: Viviane Peter Casser
CRP: 07/24449
Autora: Viviane Peter Casser
CRP: 07/24449
Amei! Vou levar para sala de aula! Emoções são substantivos abstratos tão concretos... Hehehe
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