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Mostrando postagens de julho, 2017

O Universo da Psicoterapia e o sujeito do desejo

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Sou psicanalista, e acho que vocês não se incomodarão se eu disser que a base da psicoterapia é o treinamento psicanalítico (WINNICOTT). Existo onde me desconheço / aguardando pelo meu passado / ansiando a esperança do futuro (COUTO ).             Quando utilizo as palavras, gosto de explorá-las, buscar seus sentidos, saber o que elas trazem em seus significantes. Como utilizo a perspectiva psicanalítica em minha prática clínica, trabalho com o princípio da associação livre: comunicar o que vem à mente, sem restrições. À medida que enuncio a palavra Universo em meu título, penso no Universo propriamente dito, no sentido literal da palavra. Universo da Astronomia, aquele no qual planetas, satélites e corpos celestes gravitam em órbita ao redor do Sol. Penso que a palavra é fascinante justamente pelas ideias que elas despertam em nossa psique; ela permite que façamos metáforas que aprimoram seu valor e ampliam nosso pensar. Freud definiu a Psicanálise, em dado moment

Bebê, criança; pai, mãe... e a Psicanálise

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(...) a chegada das palavras é uma questão de corpos se olhando e se tocando com desejo (GUTFREIND). Por ora, penso na epígrafe.  Ao escolhê-la, associei-a ao primeiro grande Outro de Lacan: a mãe. Ela é o primeiro sujeito ao qual o bebê encontra-se assujeitado; nossos primeiras experiências são vividas em nossa relação com a figura materna; ela é capaz de proporcionar um espaço potencial para que o bebê seja, para que viva com ela todas as suas fantasias, com o intuito de que este venha a adquirir confiança no mundo e em si mesmo. No instante em que leio a citação de Celso Gutfreind, logo penso no bebê no momento da amamentação, em seu contato físico com a mãe, no sugar do seio e, principalmente, no modo como a mãe o trata no enquanto está a alimentar o recém-nascido. Creio que justifique meu pensamento se disser que o mundo das primeiras relações exerce um fascínio sobre mim: acredito que é por meio de uma relação suficientemente boa com a mãe que construímos o esterióti