Suicídio: precisamos, sim, falar sobre


Todos aqueles que estão acompanhando os veículos de comunicação - especialmente a internet, pelas redes sociais - provavelmente já tomaram conhecimento da Campanha "Setembro Amarelo", a qual tem por objetivo conscientizar a população sobre a prevenção do suicídio. Como psicóloga, sinto-me com uma responsabilidade social para com este e outros assuntos da atualidade. Então pensei: de que forma poderia eu contribuir para o "Setembro Amarelo"? Logo veio-me a ideia de escrever este pequeno textinho...

Confesso que, no momento em que comecei a elaborar minhas ideias, pensei que deveria ter muito cuidado com o quê escrever e, principalmente, com a forma que vou abordar o tema. Penso que este cuidado torna-se ainda mais necessário naquele momento em que sabemos que alguém por perto de nós está com pensamentos suicidas. Antes de mais nada, gostaria de ressaltar que não podemos fechar os olhos para aqueles que sofrem. Se alguém está com ideias suicidas ou já tentou o suicídio alguma vez, este não está fazendo "pra chamar atenção".

 Certamente esta pessoa está passando por um momento muito difícil: o ápice de sua dor. A dor é tanta que parece que a pessoa não está dando conta de "lidar" com ela sozinho(a). Logo, a angústia é tanta que ao dizer " eu estou pensando em me matar", a pessoa pode estar querendo comunicar um pedido de ajuda: "Eu posso dividir minha dor contigo?".

É imprescindível ouvir a pessoa, acolher sua angústia, fortalecer as relações da mesma: estreitar vínculos para que ela de fato sinta-se protegida e acolhida em seu sofrimento. Neste momento, torna-se muito importante o auxílio de um profissional da área psi, os quais são capacitados para lidar com este tipo de dor de alma.

Muitas vezes, quem pensa em tirar sua própria vida na verdade deseja acabar com sua angústia naquele momento. É importante ressaltar que existem meios para entender o que está acontecendo. E cada um pode ajudar à sua forma. Demonstrações de afeto são sempre bem-vindas; um simples "estou aqui, conte comigo" pode ser muito válido em momentos como este.

Creio que esta campanha deva sensibilizar a sociedade de um modo geral, para que cada um possa contribuir a seu modo para com a saúde mental e bem estar da população - ou ao menos, das pessoas que estão mais próximas. Para que, ao final de tudo, cada um possa reencontrar a alegria da vida, que tanto vale a pena ser vivida.

Autora: Viviane Peter Casser
CRP: 07/24449

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