Ansiedade e Depressão


No penúltimo domingo, dia 06 de agosto de 2017, aconteceu na Praça Coronel Pedro Osório - em Pelotas - um evento intitulado "Roda de conversa sobre Ansiedade e Depressão". Em média, 15 pessoas participaram da atividade. Rodeadas pelas árvores da praça, relataram suas experiências com ansiedade e/ou depressão. Chamou-me atenção o número significativo de adolescentes e jovens que estavam por lá. Infiro, então, que a adolescência e a juventude são fases em que - ao contrário do que as pessoas geralmente imaginam - existem muitas dificuldades a serem enfrentadas. Chamou-me atenção, também, algumas situações relatadas pelas pessoas que lá estavam: algumas já passaram por mais de um profissional da área psi e disseram, em outras palavras, que sentiram falta de empatia deste profissionais para com seus sofrimentos.

Como sou psicóloga e já fui acometida por crises ansiosas e depressivas, resolvi também relatar minha experiência aos que estavam presentes na roda. Disse que "estados" depressivos e ansiosos considerados mais patológicos são superáveis - se bem tratados e cuidados - e que os considero uma "oportunidade" para refletir sobre  o que realmente ocorre internamente na pessoa que sofre. É preciso buscar as causas do que está acontecendo, a meu ver. Entretanto, como já dito anteriormente, é imprescindível para isso ter suporte familiar, suporte dos amigos e ajuda de um profissional especializado (ou auxílio de quem esteja disponível a ajudar).

Entretanto, a ansiedade é um afeto normal, que todos nós possuímos em determiando grau. Ela prepara o organismo para lutar ou fugir diante de ameças e/ou frustrações (EIZERIK & cols. 2009, p. 493). A diferença entre a ansiedade ser normal ou patológica está na intensidade e se esta provoca ou não sofrimento no sujeito. Ou seja: precebe-se que o nível de ansiedade de uma pessoa é exagerado em relação ao que de fato está acontecendo.

Já a depressão é um tema um tanto mais complexo a ser falado. Contudo, posso dizer que é um momento (ou são momentos) em que estamos muito conectados com o nosso "mundo" interior e há um rebaixamento de nosso interesse pelo mundo externo. Se estamos tão conectados com o nosso interior, é um momento propício para cuidarmo-nos e verificar  o que de fato está acontecendo. É válido lembrar que é importante "andar de mãos dadas" com alguém que de fato possa auxiliar, pois juntos vamos mais longe e podemos reencontrar o caminho para a felicidade.

Autora: Viviane Peter Casser
CRP: 07/24449

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